Serei eu a chama que arde em ti ou por acaso já se apagou o fogo que
deixei de ver nos teus olhos? Serás tu a minha alma gêmea ou
incendiou-se o rastilho de paixões que me cega? Quero ser alguém, quero
ser de alguém e, sem saber bem porquê, entrego-me sem ver a quem, pois é
a forma mais fácil de fugir.
Preencho a espaços aquilo que me falta entender. Em cada passo em falso que dou descubro algo mais e encho a minha já vasta coleção de frustrações. Entrego-me a quem quer que seja mas sem nunca me deixar possuir.
Aperta-me algo por dentro, foi mais um pedaço que morreu. Volta de novo o vazio que me pinta por fora, levanta-se o muro que chega a ser ridículo. Cubro-me de fantasias, crio mitos e personagens, distribuo papeis por aqueles com que me deparo, elaboro maquiavélicos obstáculos e sento-me à espera.
Espero que peguem em mim, que mandem o muro abaixo, que me prendam. Espero em vão. Troco as voltas à vida, construo um labirinto à minha volta e perco-me. Devolvo a paz ao mundo nas horas em que me deixo dormir para, mais tarde, voltar ainda mais insaciável.
Fecho os olhos, continuo a fugir, tropeço em mais alguém que ficou por amar, mais um erro de percurso. Mas continuo nesta minha entrega, a quem quer que seja.
Continuo a fingir para a vida seja eu de quem for. Continuo a viver do engano e mantenho-me fiel a esta espécie de infidelidade da qual ninguém está a salvo. Este é o meu furacão que arrasta almas, corações e deixa um rasto terrível de desilusões.
Preencho a espaços aquilo que me falta entender. Em cada passo em falso que dou descubro algo mais e encho a minha já vasta coleção de frustrações. Entrego-me a quem quer que seja mas sem nunca me deixar possuir.
Aperta-me algo por dentro, foi mais um pedaço que morreu. Volta de novo o vazio que me pinta por fora, levanta-se o muro que chega a ser ridículo. Cubro-me de fantasias, crio mitos e personagens, distribuo papeis por aqueles com que me deparo, elaboro maquiavélicos obstáculos e sento-me à espera.
Espero que peguem em mim, que mandem o muro abaixo, que me prendam. Espero em vão. Troco as voltas à vida, construo um labirinto à minha volta e perco-me. Devolvo a paz ao mundo nas horas em que me deixo dormir para, mais tarde, voltar ainda mais insaciável.
Fecho os olhos, continuo a fugir, tropeço em mais alguém que ficou por amar, mais um erro de percurso. Mas continuo nesta minha entrega, a quem quer que seja.
Continuo a fingir para a vida seja eu de quem for. Continuo a viver do engano e mantenho-me fiel a esta espécie de infidelidade da qual ninguém está a salvo. Este é o meu furacão que arrasta almas, corações e deixa um rasto terrível de desilusões.
Foto-do-dia: "Pois quem merece tanto sofrer senão eu? - Filipe R. Silva"
Música-do-dia: "Counting Stars - Augustana"
Adaptação: "Texto de Carlos Miguel Leite - Seja eu de quem for"
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