A gente pega uma palavra ali, um gesto aqui,
uma felicidade vivida.
E eu que pensei que era inteligente, mas de nada eu sei...
Esperei muito tempo pra ser feliz.
Queria ficar velho e queria tudo o que eu não fiz.
O que a gente quer é gostar de alguém.
Hoje, um domingo qualquer, fiquei velho antes do tempo, consegui toda a felicidade que um dia nem eu mesmo desejei.
Uma felicidade delicada,
difícil de ser percebida se não se parar pra ver, pra sentir.
Me cobrei um bocado e percebi que nem cheguei ao fim e já sou feliz ao ponto de agradecer por tudo conquistado, tudo dado pelo universo, tudo dado por quem (se) me ama.
Sim, a gente demora pra perceber que é amado (ou não quer mesmo perceber). Tenho um mundo ao meu redor: um amor, um lugar "pra que a gente possa sempre mostrar algo de bom", poucos amigos (mas o suficiente pra amar, pra adorar, pra ser força, pra se ter fé e ser parte de nós), tenho um família tradicional (cheia de amor uns pelos, de muitas birras e muito sorriso), um trabalho que é gratificante (tenho um povo fiel, de coração bom e tão meu,
um em cada pedaço do meu país,
pessoas que descobriram o vento).
Queria um dia sempre ir além, mas uma hora dessas a gente descobre que bom mesmo é ficar no mesmo lugar, felicidade não é, é estar... Não me sinto sozinho ou quase nunca.
São da vida as partidas e chegadas,
mas tudo que pode ser, será e já é.
Volta e meia, desafio o próprio tempo.
Só quero um branco pra escrever,
vontade pra empurrar, tristeza pra esquecer.
Vida, sou a história mais velha do mundo...
Música-de-domingo: "Pra sempre será - O Terno"
Foto: Arquivo pessoal.