domingo, 24 de fevereiro de 2008

Palavra de luxo




É noite e a lua descansa incrivelmente quente. Dói com poderes de estaca ouvir alguém murmurar amor sem poder receber o troco. Ao mesmo tempo que conforta uma alma morimbunda. "Não quero te obrigar a ser como eu sempre quis". A frase sem freio que surgiu espontaneamente, sem hesitação, sem dúvidas de ser dita, sem receio, sem medo de descobrir a porta da gaiola aberta e não saber ser amigo da fuga. Tão inconstantes são minhas idéias (ideais). Pedem por isto, mas quando recebem aquilo outro inflam de saudosismo e excitação. Irradiam felicidade e entusiasmo tanto por isto ou por aquilo outro. Muitos poderiam suspeitar nesse alcance involuntário certa dose de orgulho atrevido, mas uma voz interior me segreda que tal não existe. Por intuito, sei que a minha reserva se origina de uma aversão pelas exibições de sentimento. E Adélia assim disse: "Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: 'Coitado, até essa hora no serviço pesado'. Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo".



Sabe aquela música que deixa a gente num pensamento leve?... Pois tá aqui uma que me deixa que nem isopor...

"Somewhere only we know" do Keane.


Nota.: O quadro acima foi pintado por uma grande amiga-figura chamada Luluca.
Nota 2.: Ainda hoje eu brigo com Tatí pela aquisição dessa tela.

2 comentários:

  1. Leia hoje.

    http://teclologoexisto.blogspot.com/2008/02/entre-as-funes-vitais-do-ser-mquina.html

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  2. ahram ahram! (isso foi um pigarro!)
    :P
    hj eu não vi, eu li.
    e gostei! tu escreve mt!

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